Viajar sozinha é uma experiência transformadora — mas antes de tudo, é um grande passo. O medo de estar só, de se perder, de não se sentir segura ou de simplesmente não dar conta, é mais comum do que parece. A verdade é que muitas mulheres sentem esse frio na barriga antes da primeira viagem solo.
Se esse é o seu caso, saiba: você não está sozinha nesse sentimento, e ele pode (e vai) ser superado com informação, planejamento e autoconfiança. Neste artigo, vamos falar sobre os principais medos que surgem antes de uma viagem solo, como enfrentá-los com maturidade e estratégias práticas para dar o primeiro passo com segurança.
Por que o medo aparece antes da viagem solo?
Antes de embarcar na sua primeira viagem sozinha, é natural sentir:
- Insegurança: “E se algo der errado e eu estiver sozinha?”
- Autocrítica: “Será que sou forte o suficiente para isso?”
- Preocupações com julgamentos: “As pessoas vão achar estranho eu viajar sozinha?”
- Medo da solidão: “E se eu me sentir sozinha o tempo todo?”
- Medo de perigos reais: assaltos, assédio, desorientação
Esses medos têm origem na falta de costume, na pressão social e na ausência de referência. Durante muito tempo, nos ensinaram que mulheres precisam de companhia para viajar. Mas isso está mudando. Cada vez mais mulheres estão tomando as rédeas da própria liberdade — inclusive na estrada.
1. Reconheça e aceite o medo — ele é um aliado
Sentir medo não é sinal de fraqueza. É um mecanismo de proteção. O segredo não é tentar eliminar o medo, mas aprender a lidar com ele e não deixá-lo te paralisar.
Como fazer isso:
- Escreva seus medos em um papel (nomear ajuda a esvaziar o peso)
- Reflita se são medos reais ou suposições
- Pesquise como outras mulheres lidaram com essas questões
- Faça pequenas exposições: comece com viagens curtas
Dica: acompanhe relatos reais de mulheres que já viajaram sozinhas — isso inspira, acalma e empodera.
2. Planeje cada detalhe com carinho e clareza
Um dos maiores antídotos para o medo é o planejamento. Quanto mais preparada você estiver, menos espaço o medo terá.
O que ajuda:
- Escolher um destino seguro e com boa estrutura turística
- Reservar hospedagens bem avaliadas (especialmente por mulheres)
- Comprar passagens com antecedência e saber como ir do aeroporto ao hotel
- Levar documentos e mapas impressos (caso o celular falhe)
- Ter um seguro viagem com assistência 24h
Quanto mais controle você tiver das variáveis básicas, mais leve se sentirá.
3. Comece com uma viagem curta e perto de casa
Você não precisa começar com uma aventura de um mês no exterior. Pode começar com um final de semana em uma cidade próxima, ou até mesmo um dia sozinha em outra cidade, só para sentir como é cuidar de si e seguir o próprio ritmo.
Exemplos:
- Um bate-volta cultural
- Um fim de semana em uma pousada na serra
- Um retiro de bem-estar ou imersão criativa
Essas pequenas experiências fortalecem a confiança e mostram que você é capaz, sim.
4. Tenha rotinas para manter a segurança
Parte do medo de viajar sozinha está ligado à segurança. Por isso, criar hábitos simples de proteção ajuda a diminuir a ansiedade.
Práticas importantes:
- Compartilhar sua localização com alguém de confiança
- Enviar atualizações diárias por mensagem
- Evitar sair à noite sozinha em áreas desconhecidas
- Usar transporte por aplicativo (Uber, 99, etc.)
- Carregar pouco dinheiro e deixar cópias de documentos salvas no e-mail
Dica: use apps como Google Maps offline, Rome2Rio e Maps.me para se localizar com facilidade.
5. Prepare sua mente para a solidão — e para o autoconhecimento
Um dos maiores medos é: “E se eu me sentir muito sozinha?”. A resposta honesta é: em alguns momentos, sim. E isso é normal. Mas também é libertador perceber que você não precisa de companhia o tempo todo para se sentir bem.
O que ajuda:
- Levar um livro, podcast ou playlist que te acalma
- Escrever um diário de bordo ou reflexões do dia
- Aproveitar cafés e praças para observar e estar presente
- Participar de tours em grupo para socializar quando quiser
Estar sozinha não é estar solitária. É estar em boa companhia — com você mesma.
6. Saiba que ninguém está te julgando
Muitas mulheres se sentem inseguras com a ideia de jantar sozinhas ou estar desacompanhadas. Mas a verdade é: ninguém se importa com isso tanto quanto você imagina.
Estratégias para se sentir confortável:
- Escolher cafés ou restaurantes com ambientes acolhedores
- Levar um livro, caderno ou celular para ocupar a mente
- Praticar o “olhar curioso” — observar o ambiente com leveza, não com medo
Você vai perceber que muitas mulheres estão fazendo o mesmo. A viagem solo é cada vez mais comum — e admirada.
7. Encontre inspiração e apoio em outras mulheres
Você não precisa fazer tudo sozinha. Existem milhares de mulheres que já passaram por isso e estão dispostas a ajudar.
Onde encontrar apoio:
- Grupos no Facebook: “Mochileiras Solo”, “Mulheres Pelo Mundo”
- Perfis no Instagram que compartilham experiências reais
- Comunidades de viajantes no Telegram e WhatsApp
- Blogs e canais no YouTube de mulheres viajantes
Ver outras mulheres fazendo o que você deseja fazer é uma forma poderosa de desmistificar o medo.
8. Crie seus próprios rituais de coragem
Ao longo da viagem, você pode criar pequenos rituais que te lembrem da sua força e autonomia.
Exemplos:
- Tomar um café por dia em silêncio só com seus pensamentos
- Escrever 3 coisas pelas quais você é grata
- Registrar algo que te surpreendeu naquele dia
- Fazer um passeio novo mesmo com um pouquinho de receio
Esses rituais criam uma memória afetiva da sua coragem.
9. Saiba que o medo vai diminuindo a cada passo
Você não precisa esperar não ter mais medo para viajar. Você só precisa agir mesmo sentindo medo — e confiar que ele vai diminuindo conforme você prova a si mesma que consegue.
O que você vai perceber:
- O medo do primeiro dia vira empolgação no segundo
- A ansiedade da primeira refeição sozinha vira prazer na terceira
- A insegurança vira orgulho
A mulher que volta de uma viagem solo é sempre diferente daquela que partiu.
Você não precisa ser destemida — só precisa ser decidida
Viajar sozinha pela primeira vez é, sim, desafiador. Mas é também um presente que você se dá. Um gesto de amor próprio, de liberdade, de crescimento.
O medo não precisa desaparecer para você começar. Ele vai junto com você, no banco do lado. Só que com o tempo, ele fica em silêncio. Porque quem assume o volante é você.
Planeje. Respire. Confie. E vá.
O mundo é grande — e ele está esperando por você.